Como a inteligência artificial generativa vai mudar o SEO como profissão

A IA não está vindo atrás de nossos empregos (ainda), mas a indústria já está mudando. Confira o que a inteligência artificial generativa significa para o futuro da SEO.

Última atualização:

10 de janeiro de 2024

Fernanda Teodoro
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    A inteligência artificial generativa vai revolucionar a indústria de SEO, mas talvez não da forma que você está pensando.

    É fato que, com o avanço da tecnologia nos últimos anos e nos anos que estão por vir, grande parte dos trabalhos será bem diferente do que é hoje, principalmente, no âmbito digital. Mas será que alguns cargos realmente serão substituídos pela IA?

    Segundo especialistas de SEO, a resposta é NÃO, mas vamos entender melhor.

    O que é IA generativa?

    Provavelmente, você já deve ter visto nas redes sociais imagens do Papa Francisco com roupas estilosas ou até mesmo áudios de Michael Jackson cantando “I Feel It Coming” de The Weeknd (música lançada em 2016). 

    Fake news!

    Todo esse material que circulou o mundo inteiro foi criado por IA generativa. 

    Basicamente, a inteligência artificial generativa consiste no uso de IA para criar novos conteúdos, como texto, imagens, música, áudio e vídeos, a partir de modelos de base. Neste caso, os modelos seriam: a foto real do papa, o modelo das roupas, a música já existente e a voz gravada do eterno rei do pop.

    A partir dos modelos de base, a tecnologia da IA generativa tem a capacidade de aprender padrões complexos de comportamento. Assim, após a absorção de muitos dados, essa IA é capaz de gerar informações novas de maneira original e, muitas vezes, única para cada usuário. 

    Também há um lado negativo, pois, se o programador adicionar informações falsas ou ultrapassadas no processamento de uma IA, ela provavelmente dará respostas erradas.

    Por exemplo, até então, o conhecimento do ChatGPT é restrito a dados da web disponibilizados até setembro de 2021. Então, se você perguntar quem é o atual presidente do Brasil, ele ainda responderá Jair Bolsonaro.

    A própria ferramenta alerta os usuários sobre a possível incompatibilidade de informações, mas a nova atualização do ChatGPT já está em processo.

    No final das contas, ainda é preciso que o ser humano faça as atualizações e continue alimentando o “cérebro” dessas tecnologias. O mesmo se aplica às carreiras de SEO.

    A inteligência artificial não vai substituir o SEO

    O fato de as IAs ainda precisarem de certo controle e manutenção humana já é um indicativo de que estas não irão substituir os trabalhos de SEO.

    Além disso, há uma limitação no trabalho feito por essas inteligências artificiais, sendo necessário muito trabalho adicional para entregar um serviço ou produto de qualidade. Isso porque a tecnologia ainda é baseada em uma distribuição de probabilidades que não são consistentemente factuais.

    Entretanto, todo o setor do SEO teria que se adaptar dependendo de como o Google incorporar IA ao mecanismo de busca e aos resultados de pesquisa.

    Possível evolução dos links

    Isso pode até ser um choque, principalmente, para os profissionais do Link Building, mas alguns especialistas de SEO acreditam que os links podem deixar de ser um fator de ranqueamento tão significativo no futuro.

    Dessa forma, a tendência é que menções ou referências a um site se tornem mais valiosas do que os links tradicionais. O que pode ser um indicativo de uma possível ascensão de estratégias como a Assessoria de Imprensa Digital, também conhecida como Digital PR, cujo objetivo principal é justamente aumentar as menções on-line de uma marca.

    Poupar tempo na criação de conteúdos

    Muitos especialistas do SEO já estão explorando a IA generativa para a criação de conteúdos, incluindo títulos, descrições de produtos e artigos. 

    Claro que para criar um artigo completo ainda é importante duvidar da qualidade desse conteúdo gerado automaticamente. No caso de materiais mais extensos e que exijam maior conhecimento, ainda se faz necessária a revisão de uma pessoa real para alterações e complementos.

    Entretanto, em trabalhos muito operacionais, como a criação das meta descrições, por exemplo, a IA generativa pode ser uma forma de economizar tempo.

    Esse tópico é abordado por Júlia Neves, head global de SEO na Oitchau, em sua palestra no SEO Summit 2023. Para ela, a inteligência artificial chegou para resolver o “corno-job” dos profissionais de SEO. A expressão “corno-job” se refere aqueles trabalhos monótonos e repetitivos que ninguém gosta de fazer.

    Ela usa justamente a meta descrição como exemplo, pois não se trata de um fator importante para o ranqueamento do Google, mas que precisa estar presente em cada blog post. Então, não é uma tarefa que vale a pena gastar muito tempo.

    Ou seja, a IA generativa é um hack muito útil para otimização do seu tempo de trabalho. Com uma IA acelerando essa parte operacional, que não exige muito conhecimento aplicado, é possível focar mais na parte estratégica.

    Simplificando os códigos

    Muitos programadores também já utilizam o ChatGPT, por exemplo, como assistente de código. Sendo seu uso particularmente hábil em tarefas específicas, como gerar scripts Python ou Pandas para limpar dados.

    Vale ressaltar que o código, por sua natureza, não deve ser algo ambíguo, ao contrário da linguagem humana. Por isso, a IA generativa é uma ótima ferramenta para gerar saídas de códigos bem precisas.

    O uso criterioso é necessário

    Embora a tendência é que a IA generativa transforme o SEO como profissão, a aplicação cuidadosa e criteriosa ainda é essencial, ainda mais tendo a IA como um modelo baseado na distribuição de probabilidades.

    Por exemplo, considerando uma IA que só tenha 100 livros de ficção científica em seu repertório, se fizermos uma pergunta médica, as probabilidades de conseguir uma resposta verídica e precisa são baixíssimas. Entretanto, teremos uma ótima criação de uma nova personagem de ficção científica.

    Ou seja, a inteligência artificial generativa é tão boa quanto o texto e as informações em que é treinada. E é aí que está o problema: muitas dessas IAs são essencialmente treinadas em toda a Internet, que não é o melhor lugar para obter informações totalmente factuais.

    Além disso, devemos lembrar que, apesar das respostas individualmente personalizadas, essas tecnologias não possuem emoções. O raciocínio dessas máquinas não é como o dos humanos. Portanto, é preciso ter muito cuidado para introduzir um comando de forma imparcial. É muito comum que, mesmo sem a intenção, as pessoas coloquem seus prejulgamentos na hora de fazer uma pergunta e isso com certeza irá influenciar na resposta da IA. 

    Justamente por isso que podemos afirmar que a inteligência artificial não vai substituir os profissionais do SEO! Pelo menos, ainda não.

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