SEO (search engine optimization) busca ganhar rankings e cliques em páginas de resultados. GEO (generative engine optimization) busca ser usado dentro das respostas geradas por IA, mesmo quando não há clique. Os fundamentos ente as duas disciplinas se sobrepõem (qualidade, técnica, autoridade). Entretanto, o GEO traz alguns diferenciais como trabalhar chunks de conteúdo (blocos e entidades), buscas presença na respostas e ter métricas relacionadas a citações, menções, recorrência e share of answer.
O que está mudando na busca?
Em um artigo escrito por Duane Forrester, ele afirma que a mudança não é “filosófica”. Ela aparece no comportamento e na performance. Alguns dados ajudam a entender essa realidade:
- 80% das pessoas que usam mecanismos de busca dizem depender de resumos por IA em pelo menos 40% das buscas e o tráfego orgânico caiu 15% a 25% em várias categorias, segundo pesquisa da Bain & Company.
- Quando um AI Overview aparece, usuários clicam em links tradicionais em 8% das visitas; sem o resumo, o clique vai para 15%, segundo o Pew Research Center.
- Em consultas com AI Overviews, a taxa de clique do primeiro resultado pode cair em torno de 34,5%, segundo análise da Ahrefs com dados agregados de Google Search Console (GSC).
Ahrefs
Com a prevalência das respostas diretas nos resultados de busca, como as AI Overviews e snippets em destaque, o consumidor resolve cada vez mais dúvidas ‘na resposta’ sem abandonar a página.
A busca não desaparece: ela simplesmente migra para uma nova superfície de interação.
SEO e GEO: definições rápidas
SEO (search engine optimization): práticas para aumentar visibilidade e tráfego orgânico a partir de mecanismos de busca tradicionais, maximizando rankings, snippets e cliques para páginas.
GEO (generative engine optimization): práticas para aumentar a chance de uma marca e suas informações serem recuperadas, citadas, mencionadas e usadas por sistemas de resposta baseados em IA (ex.: AI Overviews, AI Mode, ChatGPT, Perplexity), mesmo quando o usuário não visita o site.
Onde SEO e GEO se sobrepõem
Você não “escolhe um” e abandona o outro. A base é comum. Por isso, os pontos abaixo são fundamental em ambas as estratégias:
- Cuidados com as técnicas que permitem rastreio e acesso (indexação, performance, arquitetura, dados estruturados)
- Conteúdo claro, atual e verificável
- Autoridade e confiança (fontes, consistência, reputação, autoria)
Se o site é lento, confuso, raso ou inacessível, ele perde tanto em SEO quanto em GEO
Diferenças entre SEO e GEO na prática
1) Objetivo: clique vs presença na resposta
SEO: vencer o ranking para ganhar visita.
GEO: vencer a recuperação e a síntese para ganhar presença dentro da resposta.
Em muitas jornadas, o clique vira opcional, mas a influência continua existindo.
2) Unidade de otimização: página vs bloco
SEO: a preocupação é a página (URL).
GEO: a preocupação é o bloco (trechos autocontidos, definições, listas, passos, comparações) e as entidades (marca, produto, categoria, atributos).
O seu texto precisa ser pensaso em pedaços.
3) Como o conteúdo é “consumido” pelos sistemas
SEO: ranking com sinais clássicos, intenção, links, qualidade, estrutura.
GEO: recuperação (muitas vezes semântica), seleção de trechos, combinação de fontes e reescrita.
Isso aumenta a importância de:
- Linguagem precisa e não ambígua
- Relações claras entre entidade e atributo (ex.: “GEO é…”, “serve para…”, “difere de…”, “quando usar…”)
- Trechos que possam ser citados sem perder contexto
4) Métricas: cliques vs citações e share of answer
SEO: impressões, posição, CTR (click-through rate), sessões orgânicas, conversões por canal.
GEO: menções, citações, presença em respostas, consistência entre motores, recorrência em prompts.
Um ponto importante a ser observado: plataformas podem discordar muito entre si. A BrightEdge encontrou discordância de 61,9% em recomendações de marca entre plataformas analisadas.
| Item analisado | SEO | GEO |
|---|---|---|
| Resultado que você quer | ranking + clique | presença + uso na resposta |
| Unidade principal | página (URL) | bloco (trecho) + entidade |
| Resultados | tráfego orgânico | menção, citação, recomendação, consistência |
| Conteúdo que performa | páginas completas por intenção | blocos reaproveitáveis (definições, listas, passos, comparativos) |
| Risco típico | perder posição e tráfego | ser omitido ou citado sem marca, ou perder para fontes terceiras |
| Mensuração | GSC, GA4, conversões | auditoria de respostas, rastreio de menções, monitoramento multiplataforma. |
O que fazer para adaptar um SEO forte para GEO
O primeiro passo é entender que GEO é SEO com foco em engenharia de “recuperação e reutilização”.
Checklist de implementação de estratégias de SEO com GEO
1. Reescreva trechos-chave em blocos autocontidos
Definições, diferenças, quando usar, passos, erros comuns, FAQ.
2. Coloque respostas diretas no topo de seções
Duas a quatro linhas que funcionem como “citação pronta”.
3. Explicite entidades e atributos
Ex.: “GEO (generative engine optimization) é…” e depois benefícios, características, quando aplicar.
4. Use estrutura que IA entende fácil
H2 e H3 claros, listas, tabelas, exemplos curtos.
5. Mostre sinais de E-E-A-T
Autoria, mini bio, política editorial (se existir), fontes primárias, atualização com data.
6. Crie páginas de referência
Glossário, guias definitivos, páginas de conceitos, comparativos. São ótimas para recuperação.
7. Fortaleça consistência de marca e entidade
Nome, variações, descrições padronizadas, páginas “sobre”, perfis e citações externas coerentes.
8. Monitore “presença em respostas” como um KPI próprio
Uma documentação simples já ajuda. Tire prints de prompts testados, motores, presença, citação, posição da marca na resposta.
9. Otimize para múltiplos motores
Se a resposta muda por sistema, sua estratégia não pode depender de um só.
10. Aceite que tráfego não é o único sinal de impacto
O clique pode cair enquanto a influência sobe, porque a decisão pode estar sendo formada na resposta das IAs.
Como mensurar GEO sem depender de clique
Aqui entra a lógica da Encontrabilidade, a metodologia proprietária da Experta para fazer marcas, empresas e profissionais serem encontrados, desejados e escolhidos em todos os pontos de contato digitais, de Google e YouTube a redes sociais e IAs generativas.
Ela combina SEO (search engine optimization), AEO (answer engine optimization) e busca social para conectar sua marca à intenção das pessoas e transformar atenção em ação.
O que muda na mensuração quando você usa Encontrabilidade
Em vez de olhar só para tráfego e posição, você mede presença e influência onde a decisão acontece, mesmo sem clique. Na prática, você passa a acompanhar três camadas:
- Camada de resposta (GEO e AEO)
- Camada de descoberta social (Instagram, TikTok, LinkedIn, YouTube)
- Camada de demanda (marca e conversão)
KPIs de GEO alinhados à fórmula ser encontrado + ser desejado + ser escolhido
Ser encontrado (visibilidade)
- Share of answer: em quantos prompts sua marca aparece na resposta
- Share of citation: em quantos prompts sua URL é citada
- Cobertura por tema: presença por cluster (ex.: “compliance”, “canal de denúncias”, “auditoria”)
Ser desejado (relevância e consistência)
- Qualidade da menção: a marca aparece com contexto correto, benefícios e diferenciais ou só como lista genérica
- Consistência cross-motor: a presença se mantém entre diferentes sistemas de IA e superfícies
- Atributos citados: quais características do seu produto ou serviço aparecem junto da marca (preço, segurança, suporte, integração, casos de uso)
Ser escolhido (conversão)
- Share of recommendation: em quantos prompts sua marca é recomendada como opção
- Ação pós-resposta: crescimento de buscas pela marca, visitas diretas, tráfego de navegação e leads assistidos
Método IDEA: pilares da Encontrabilidade Experta aplicados ao GEO
Na prática, executar uma estratégia de GEO exige um método simples, repetível e conectado à estratégia de marca. A ideia é sair do “vamos monitorar tudo” e operar com um ciclo que define o que importa, testa de forma padronizada e ajusta conteúdo com base em evidências.
É exatamente aqui que o método IDEA entra: ele organiza a mensuração em etapas com entregáveis claros, para você acompanhar presença em respostas por IA, qualidade das menções e sinais de demanda, sem depender de clique para provar impacto.
Você pode transformar os pilares em etapas:
Imersão
- Defina entidades, termos, variações, dores e critérios de escolha do seu público.
Diagnóstico
- Monte uma lista fixa de prompts por intenção (informacional, comparação, compra).
- Crie um score simples por prompt: apareceu, citou, recomendou, contexto correto.
Expansão
- Publique conteúdo em blocos reutilizáveis: definições, comparativos, passo a passo, critérios de decisão, FAQs e provas.
- Faça distribuição multicanal (SEO, AEO e social), reforçando a mesma entidade e narrativa.
Aceleração
- Use dados de GA4 (Google Analytics 4), GSC (Google Search Console) e métricas sociais para repetir 80% do que funciona e testar 20% de formatos e ângulos.
- Ajuste conteúdo onde a IA erra contexto ou omite sua marca.
Isso te dá clareza de influência mesmo quando o clique cai. O objetivo deixa de ser “ganhar tráfego a qualquer custo” e vira ocupar os pontos de contato que formam decisão.
Conclusão: SEO ganha rankings, GEO ganha uso
SEO continua necessário, porque o ecossistema ainda depende de páginas, indexação e sinais clássicos. Mas GEO resolve outro problema: ser escolhido e usado em ambientes de resposta onde o usuário pode não visitar site nenhum.
A diferença real é esta: SEO prepara seu site para ser encontrado; GEO prepara sua informação para ser usada.